segunda-feira, 13 de julho de 2015

STONER

Antes de escrever o que quer que seja sobre este livro, quero agradecer desde já ao Carlos Barbosa de Oliveira e à Cat (amiga pessoal e do Clube de Leitura) pelo aviso insistente para o ler, pois estavam certos que iria gostar. Tinham razão: amei!

O que é que faz que um livro escrito em 1965 passe completamente despercebido durante cinco décadas e depois se torne num sucesso mundial? Mistério! Uma editora americana resolveu fazer uma segunda edição do livro de John Williams em 2006 e a romancista francesa Anna Gavalda leu, elogiou e traduziu o livro. Em 2013, foi considerado um dos maiores romances americanos de todos os tempos...

William Stoner nasceu no seio de uma família de pobres agricultores e durante toda a sua infância não sonhou vir a ser mais do que o seu pai. Contudo, é este que o convence a ir tirar um curso de agronomia, já que o jovem é bom aluno, além de trabalhador. E ele vai para a universidade de Columbia, trabalhando como um escravo na lavoura de uns parentes que aí residem para se sustentar, enquanto tira o curso. Mas eis que o seu plano sofre um volte-face e ele apaixona-se pela literatura inglesa, acabando por se tornar professor universitário da disciplina. No entanto, tudo o que acontece na sua vida parece alheio à sua vontade, como se fosse uma fatalidade. Ele é um homem solitário e triste, preso nas convenções sociais de uma época e incapaz de se libertar das amarras que o prendem - exceto através dos livros (e das aulas), que funcionam como uma espécie de lenitivo para todas as suas amarguras. E são várias, porque mesmo sendo ele um homem ensimesmado e pacato, suscita ódios destemperados...

MUITO BOM! E, para quem não leu, pode ler a opinião do Carlos Barbosa de Oliveira aqui.

Citações:

"Quando pensara na morte, antes, pensara nela ou como um acontecimento literário ou como o lento e silencioso desgaste do tempo na carne imperfeita. Não pensara nela como a explosão da violência num campo de batalha, como o jorro de sangue de uma garganta perfurada."

"Esse amor à literatura, à língua, aos mistérios da mente e do coração que se revelavam nas ínfimas, estranhas e inesperadas combinações de letras e palavras, na tinta mais negra e fria... esse amor que escondera como se fosse ilícito e perigoso começou então ele a mostrar, hesitantemente a princípio e depois com ousadia e, por fim, com orgulho."

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O último Clube de Leitura mais não foi que uma caracolada, já que nenhuma das participantes presentes tinha lido o livro até ao fim: algumas, como eu, mal tinham começado. No entanto, a opinião geral de quem leu mais do que meia dúzia de páginas é que o livro não cativa o leitor, pelo que se torna desinteressante, para não dizer aborrecido - não basta ser Nobel da literatura para o interesse das páginas redobrar...

A próxima sessão terá lugar no dia 18 de setembro, desta vez com o livro "O centenário que fugiu pela janela e desapareceu", do sueco Jonas Jonasson. Esperemos que a leitura deste seja mais aprazível para todas!

12 comentários:

  1. Como costumo gostar dos livros que lês, acabei de requisitá-lo na biblioteca. Têm 64 exemplares e há 50 pessoas na lista de espera. Pena só terem este livro em papel e não tb em audiobook ou ebook.
    A discrição do enredo parece-me familiar talvez porque li em qualquer outro lugar ... não me lembro de o ter lido.
    Bjos

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    1. Pena é as bibliotecas cá não serem como essas canadianas, CATARINA! ;)

      O livro passou despercebido durante 5 décadas, quase ninguém o leu. Portanto deves ter lido mesmo noutra sinopse qualquer...

      Beijocas

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  2. Recordo do post do Carlos Oliveira e da Teté dizer que não o tinha comprado na Feira do Livro, mas que estava na lista!

    Um beijinho e uma boa semana.
    Adélia

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    1. Andei por lá a perguntar pelo livro (não sabia qual era a editora) e no final disseram-me que era no local onde iniciei a visita à Feira: já não tive pernas para subir aquilo tudo outra vez, ADÉLIA, que já estava bem cansadinha! ;)

      Beijocas e boa semana também para ti!

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  3. Estou com dúvidas, isto é, vou "candidatar-me" à leitura deste livro? O nome do autor indicia força, uma espécie de força granítica, e a opinião de CBO (para além dos variados comentários de entendidos críticos) reforça algum interesse e também uma curiosidade.
    Será que vou lê-lo? ö_ö
    Beijokas com sorrisos

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    1. Ó-ó, não há nada como experimentares dar uma folheada no livrito antes de o comprares, KOK! Assim logo ficas com ideia se te interessa, apesar das concordâncias alheias! :)))

      Beijocas sorridentes!

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  4. Olá Teté!
    Quantas coisas boas li por aqui! E fico feliz por teres 'arejado' a mente e o coração em viagem há muito sonhada.Quanto a este post,só tenho a dizer que pelo que descreves me parece ser uma excelente dica de leitura.Vou pesquisar se do lado de cá encontro para assim fazer.
    Uma excelente semana cheia de coisas boas para ti!
    Beijos e cheiros! =)

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    1. Muito obrigada, KÁTIA! :)

      E não, não sei se desse lado do Atlântico o livro foi publicado, mas espero que sim, que vale bem a pena!

      Uma excelente semana para ti também, com beijinhos e cheirinhos!

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  5. Já aquando do post do CBO, acerca deste livro, fiquei bastante interessada em o ler! O tempo passou e, para ser sincera, até já o tinha esquecido!
    Estive de novo a ler a sua opinião, agora reforçada pela tua! Sem dúvida que vai ser a minha próxima aquisição literária, Teté!
    Sem dúvida...Vou querer saber o porquê de como uma pessoa introvertida e pacata pode suscitar ódios tão fortes!
    Imagina o que pode acontecer com pessoas extrovertidas e destemperadas...

    Interessa-me!

    Beijocas e obrigada pela sugestão!

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    1. Acontece, JANITA: na altura parece interessante, mas depois leem-se outras coisas sobre outros assuntos e o livro sugerido cai no esquecimento.

      Talvez pessoas extrovertidas e destemperadas não sejam levadas tão a sério. Digo eu, porque me parece que há sempre gente pronta a odiar, qualquer que seja a época ou a razão... ;)

      Beijocas

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  6. Tenho o ebook do próximo livro, mas ainda não o li. Vou tentar lembrar-me de o ler nas férias e depois passar aqui em Setembro para saber qual a opinião de outros leitores :)

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    1. Boa ideia, REDONDA! E pelo menos fica mais uma opinião, concordante ou discordante sobre o livro. O que pode servir de indicador para eventuais futuros leitores - os gostos literários são sempre subjetivos,mas confesso que há uma meia dúzia de pessoas que influenciam um pouco as minhas compras de livros, pois confio no seu (bom) gosto (leia-se, idêntico ao meu, com algumas exceções)! :)

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)