quarta-feira, 6 de maio de 2015

O COMPLEXO DE PORTNOY

"Chatérrimo, na linguagem das debutantes, é sinónimo de desagradável", escreve Philip Roth numa das 266 páginas deste livro. Sem ser debutante, não caracterizaria este livro de forma mais sucinta: chatérrimo!

Aliás, com tão poucas páginas a leitura arrastou-se por vários dias, pois adormeci várias vezes a lê-lo. Estive até para desistir: a história de vida de um jovem judeu chamado Alexander Portnoy, da sua infância durante a II Grande Guerra numa rígida família judia nos EUA, cuja mãe o ameaçava com uma faca para comer e cujo pai o punha fora de casa para o obrigar a pedir desculpa por qualquer asneirola de criança, não é de molde a seduzir ninguém por aí além; o facto de a partir da adolescência só pensar em masturbar-se compulsivamente, servindo-se de tudo o que estivesse mais à mão, desde a luva de softball até ao fígado do jantar, também não; e o monólogo não sai mais enriquecido na idade adulta e nas experiências sexuais de Alex, tudo contado com pormenores ao seu psiquiatra. 

O emprego constante de palavras judaicas, o sem número de personagens americanas que menciona de passagem, mas que atualmente são ilustres desconhecidos da rádio, da política, do desporto e sei lá de mais onde, a linguagem crua que emprega, pejada de palavrões, enfim, nada me cativou minimamente. Isto num livro que a crítica aplaudiu como hilariante. Suponho que na época em que foi escrito - 1969 - em que se calhar foi muito inovador. 

Dito isto, obviamente há quem tenha gostado, como foi o caso do Manuel Cardoso. Por mim... passo estas leituras e Roth não pretendo voltar a ler!

20 comentários:

  1. O último livro que li dele foi ENGANO, um presente de Natal de um familiar português, que não foi assim tão mau.

    O COMPLEXO DE PORTNOY não pretendo lê-lo.

    DETESTO palavrões, quer os encontre nos romances dos melhores autores, como os leia nos blogues amigos, como os ouça no dia a dia (ouvi imensos palavrões nas minhas viagens no METRO do Porto).

    Beijocas e boas leituras.

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    1. Pessoalmente não tenho nada contra um palavrão ou outro num livro, EMATEJOCA, mas no caso ele exagera bastante, até porque a personagem, como já se percebeu, é meio tarada sexual e só pensa em sexo...

      Se não gostas de ler palavrões, acho mesmo melhor que não leias este! :)

      Beijocas e boas leituras por toi aussi!

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  2. Vernáculo dispenso e Roth , de quem já li dois livros ou três, também

    Beijinhos, Teresinha

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    1. Nada contra o vernáculo,SÃO, que não sou assim tão puritana. Mas no caso ele exagera muitíssimo... ;)

      Beijocas

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  3. ~~ Gratíssima pelo alerta.
    ~~ Detesto comprar livros que não gosto e depois ser obrigada a trocá-los a peso...

    ~~~~ Abraço amigo, desejando dias agradáveis e serenos. ~~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Por acaso este foi-me oferecido, pelo menos não gastei dinheiro no livro, MAJO! Mas como já tinha lido um dele e não desgostei estava com vontade de ler outro, para confirmar se era autor a ler mais. Fiquei elucidada... ;)

      Abração!

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  4. Fiz várias tentativas até conseguir ler um livro dele, a linguagem muito crua e os palavrões incomodam-me no entanto um belo dia li um de que gostei e depois li este que achei hilariante!
    xx

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    1. Pois, já li outro dele que não desgostei, PAPOILA, mas este achei chatérrimo. São gostos... :)

      xxx

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  5. Sei que escreveu “The Human Stain”. Não me recordo agora se li o livro ou vi o filme. Tenho a sensação que li um outro... a estas horas da noite a minha memória não está no seu melhor... Este nao li... tenho quase a certeza! : )

    Good night!! : )

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    1. Dizem os críticos que o livro é memorável, e acredito que sim, CATARINA! Quer dizer, um protagonista tão chato, sempre a pensar em sexo, ou a repisar nos "traumas" de infância, ou com pensamentos entre o hipocondríaco e o masoquista, não se esquece com facilidade - nem que seja para fugir a sete pés! :)

      Não me lembro desse filme...

      Kisses!

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  6. Chatérrimo é o livro que ando a ler de António Lobo Antunes (heresia!!!) - O Meu Nome é Legião.
    Mas vou levá-lo até ao fim.
    Nem que seja para confirmar que eu e o Lobo Antunes não afinamos.
    Beijocas

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    1. Temos algo em comum, Pedro!
      O primeiro livro que li dele – ou melhor, parte do livro – foi “Os cus de Judas”. Detestei as metáforas. Não consegui concentrar-me na temática do livro devido precisamente às metáforas que quase me “traumatizaram”! : )

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    2. Ora aí está outro autor que nunca li, PEDRO: não sei porquê, nem as sinopses me agradam muito, quanto mais ler um livro inteiro. E conheço quem tenha lido um livro dele do princípio ao fim, sem saber exatamente do que ele estava a falar... :)

      Tenho quase a certeza que também desafino com ele!

      Beijocas

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    3. Pois, eu quando começo um livro que não me está a agradar, também costumo desistir, CATARINA. Normalmente logo nas primeira 30 ou 40 páginas.Nem sei porque é que com este fui continuando... mas foi disparate! Com tanto bom livro para ler, para quê perder tempo com leituras desinteressantes?!? ;)

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    4. Exatamente o que penso. Hoje em dia, se nao gosto, desisto. Vou aprendendo umas coisas a medida que o tempo vai passando. : )

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    5. É isso mesmo, CATARINA! Já lá vai o tempo de fazer leituras obrigatórias e com algum sacrifício... :)

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    6. Lobo Antunes também não me cativa minimamente...:( nem esforço faço para que tal aconteça, comprei Memória de Elefante( nem estou certa do titulo, mas não passei das primeiras páginas...
      xx

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    7. Pois, Lobo Antunes ainda nem sequer tentei, PAPOILA, nem os títulos me cativam... ;)

      xxx

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  7. Olá Teté,
    Não acredito que estejas a pensar não voltar a Philip Roth.
    Vou indicar-te dois romances - sem palavrões - que te farão mudar de opinião: "Conspiração contra a América" e "Casei com um comunista".
    Por favor, Teté, tenta de novo. Roth é extraordinário. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
    Comigo aconteceu o mesmo com a escrita de Saramago. Estranhei, estranhei... coloquei de parte... depois, li tudo.
    Já Lobo Antunes... não consigo desatar o nó que me pára no primeiro parágrafo de todos os romances. Talvez um dia consiga.
    Please, volta a Roth.
    Bjs.

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    1. Hummm, TERESA DIAS, já percebi que és grande fã. Mas por acaso já tinha lido "Conspiração contra a América" e gostei. Daí ter continuado a ler este até ao final, na esperança que a coisa se compusesse... :)

      Mas olha que continuo a não conseguir ler Saramago, o efeito é o mesmo: ao fim de duas páginas estou a dormir e não percebi patavina...

      Mas pronto, vou pensar nisso de lhe dar uma nova chance, eheheh!

      Beijocas

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)